quinta-feira, 25 de março de 2010

Ensaios e desabafos.

Conflitos na “Academia”.

Hoje, dia 25 de março de 2010, eu, André Buccieri, assisti à uma aula inaugural, do segundo ano da turma de filosofia da USJT, onde a palestrante, Uma Doutora argentina, não quero citar nomes pra não ter que “pagar jabá”- por favor perdoem meu discurso espinafrado mas todos têm direito de ler e entender o que está sendo lido-, dentre outras teses e resenhas, fomentou uma opinião sobre a importância de uma “historiografia” dentro da filosofia,ou seja várias e várias maneiras de se ler e interpretar determinados filósofos e pensadores, focando, nessas formas de ler, problemas, questões e preceitos diferentes de acordo com a necessidade de cada um ou cada época.
Ou seja, uma importância de se levar a filosofia de um modo geral, dentro dos parâmetros históricos da própria filosofia.
Claro que se especializar em autores consagrados da filosofia é importante, mas levar eles como “único” – ênfase nas aspas, paradigma para a forma de pensamento para entender a sociedade moderna. ai Academia está querendo demais.
Sem a menor sombra de dúvida eu ouso a dizer que, tal como a escrita é pré requisito dentro da filosofia, o domínio básico de outros idiomas- em alguns casos-, e a facilidade especulativa e dissertativa, o conhecimento de autores passados, modernos e contemporâneos também são fundamentais, mas o que acaba “estragando”, o pensamento do ser que quer se “meter a besta com filosofia”, é o extremismo ao querer buscar respostas pra tudo dentro dos autores.
Outra coisa indispensável dentro da filosofia é também o pensamento crítico para cada autor a ser estudado, mas como vou ter um pensamento crítico ao ler Kant, por exemplo, se a Academia só aceita se eu colocar em questão o pensamento de outro autor (de preferência consagrado e de modo não anacrônico), e maneira que, este ultimo, explique seu pensamento crítico em Kant, Lógo, se eu desenvolver uma tese fantástica, totalmente revolucionária, que mudaria o modo de se pensar Kant, e, além disso, traria a paz mundial e erradicaria a miséria no mundo, eu não poderia publicá-la na Academia porque fui eu que escrevi? E por isso não precisei de outros autores comentadores.
Novamente enfatizo que o Extremismo e o radicalismo é desnecessário dentro do mundo das opiniões, e por isso reconheço a necessidade de se ter os autores anteriores a meu tempo como referência, e também reconheço a importância de cada um deles dentro dos mais de 25 séculos de filosofia, mas o fato de ter gênios e mais gênios anteriores a mim, me privam de ter minha própria genialidade.
Dentro deste conceito aqui abordado, gostaria de manter uma opinião ultima, neste que seria mais um desabafo do que um ensaio, a respeito do que seremos daqui dez anos: Se o filósofo contemporâneo pensa pelo que o antigo pensou, e se o antigo pensou para solucionar uma questão nunca antes comentada, o que nos distancia destes antigos? O que havia na Grécia antiga de Platão, que não há em nosso tempo, ou o que em nosso tempo, que não havia nos gregos antigos?
Eu acredito na importância de se ler os clássicos, mas como uma ferramenta para discutir os problemas da humanidade atual, pois sim, acredito que a filosofia “acadêmica” ao se deixar levar pela cegueira de colocar os filósofos clássicos em uma “torre de marfim”, e com isso colocar em dúvida toda a capacidade do cidadão que se “ méte a besta” com a filosofia, sem sombra de dúvidas estará contribuindo para a “extinção” e rompimento do pensamento filosófico com o ser humano, partindo assim do princípio que daqui alguns anos não teremos mais filósofos, mas sim, técnicos em filosofia.

André Buccieri
Andre_buccieri@hotmail.com
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